segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Este texto retrata uma reunião entre arquétipos de personagens reais e fictícios desenvolvidos com base no conhecimento de personalidades construídas pelam impressão de terceiro e não a deles próprios.
O objetivo desta reunião é a livre expressão do pensamento sobre o conhecimento humano contemporâneo pautado pela lógica clássica e o raciocínio computacional.



A REUNIÃO

    Eis que entra na ágora o convidado mais esperado, talvez a maior razão deste concílio. Seu nome é Calixto, ele que é professor de lógica e outras matérias relacionadas ao raciocínio matemático, se empalidece ao deparar com figuras que são tão icônicas em sua formação.
   
   A direita estava Aristóteles com suas barbas encaracoladas e vestes típicas das pinturas renascentistas que retratam a Grécia antiga. Ao seu lado coçando um bigode de fino trato Descartes sorria com um olhar reticente olhando para o nada como que se estivesse entediado com as circunstâncias, mesmo a presença o impar do Doutor Manhattan com seu azulado fluorescente no centro do recinto não lhe interessava. Diferentemente Niels Bohr que parecia especialmente intrigado com essa figura austera e com a qual conversava incessantemente.
-Finalmente! Estávamos te esperando professor.
-Mas o que está acontecendo aqui?- indagou estressadamente Calixto.
-Uma circunstância inusitada. Creio que estamos aqui discutindo a importância do pensamento lógico humano na atualidade.


-Estivemos observando o quão fundamental é para a manutenção do momento histórico em que você vive as bases da lógica clássica. O raciocínio e a racionalização foram capazes de fazer luz a uma perspectiva do mundo que sempre esteve latente, mas apenas a pouco fora iluminada na mente da humanidade através da sua “ciência”.- Assim Aristóteles iniciou os diálogos enquanto caminhava lentamente entre seus companheiros.- Percebo que vocês concretizara a atual civilização a partir do método de elaborar hipóteses e depois a  aplicar procedimentos que comprovassem ou não as veracidades dessas hipótese frente ao conhecimento prévio que vocês tem do mundo.

            - A clássica retórica das premissas, com as quais baseadas no conhecimento se podem elaborar o juízo da realidade... -Retrucou Descartes enquanto ajeitava suas vestes.- Mas o que é a realidade?!?!

            -Vejamos... -Continuou Descartes - “A realidade é o que experimentamos dentro do espaço e do tempo”, uma premissa sustentada pelo meu consciente que interpreta estas dimensões. “A existência é a parte da realidade que minha mente alcançar,” premissa que pode ir além do espaço tempo, portanto; se penso logo existo! ...não é professor!?

            -Interessante essa interpretação sua! -Interrompeu Aristóteles - Extremamente abrangente... Mas pela lógica de seu juízo, dentro de tudo que existem pode ser distinguido o que é real do que não é a partir do princípio que o que existe se insere no contexto de espaço e tempo?

            - Sim, assim são as regras que você formalizou!

            -Hum... Então vamos usar como critério como verdadeiro o que é real e falso o que não é!...Como classificamos o presente?

            -Tendo a interpretar o presente como intervalo entre o passado e o futuro, o único lapso em que concretamente percebo a mim mesmo como parte da realidade. Mesmo assim não consigo mensurar uma quantidade de tempo é este presente, posto que todos os instantes que reconheço como tempo se esvaem para o passado ou premedito como futuro. Claramente o presente não é uma referência espacial, pois é a representação do “agora” independente de “onde”. Portanto sei que minha existência é sou real pois vivo num período de tempo mas esse eu temporal não é esta experiência presente que sinto no “agora” então o que eu sou?

             -Tudo é relativo! Como diria um velho companheiro meu! -Interpela Niels Bohr se aproximando dos interlocutores – Creio que nossa experiência com a existência, seja muito limitadora, mal conhecemos a natureza do tempo, quiçá o valor das unidades. Digamos que o presente seja de valor 0 e desenhássemos o tempo semelhante ao seu famoso diagrama Descartes. O tempo linear da esquerda para a direita, ou passado rumo ao futuro. O presente obviamente é uma separação entre as partes, e toda separação tem por atributo uma dimensão ou característica que a difere das partes, aqui representada pelas coordenadas verticais. Perceba que o “0” mesmo sendo um valor único tem ao menos duas informações que se contrapões. O que eu quero dizer meus amigos é que não há um único valor, uma maneira de mensurar essa unidade atômica. O presente pode não ser mensurável conforme nossas noções de espaço e tempo.

            -Suas especulações estão corretas Bohr. -Fala pela primeira vez o imponente doutor Manhattan – Eu conheço o tempo com outra perspectiva. Para mim passado presente e futuro ocorrem simultaneamente mesmos assim compreendo a natureza de se viver num presente constante, sob o julgo das escolhas entre o “verdadeiro” o ”falso” da sua lógica atomista. O pensamento humano é voltado para a descoberta da verdade, vocês necessitam sempre encontrar uma resposta verdadeira para qualquer questão. Como você mesmo pode comprovar com seus estudos quânticos a realidade está além da constatação de uma verdade única e inescapável.

            Frustrado com todos aqueles argumentos Calixto se apresenta frente aos outros os e interrompe.

-Um momento! Ninguém ainda me disse por que tudo isso!

-Estamos tentando demonstrar a você a complexidade de sobre qualquer questão. A lógica é capaz de nos dar respostas concretas e assertivas mediante a questão simplificada onde a resposta se estabelece por si. Podemos julgar uma questão levianamente nos utilizando apenas dessa ferramenta matematicamente, pois podem haver variáveis interligadas numa realidade tão complexa quanto a nossa.

Por exemplo:

-Qual a sua missão como professor de lógica?

-Ajudar os alunos a usar compreender a importância dessa ferramenta em sua integração social.

-Não seria ensinar lógica?

-Sim. Mas em sua maioria é de alunos de matérias humanas. A racionalização matemática não é o forte deles. Eles têm mais facilidade com questões que lidam com a interação do emocional/racional.
-Porque eles têm tanta dificuldade em sua aula?

-Não creio que isso seja verdade. Meus métodos pedagógicos são forçosamente voltados para a descontração, com brincadeiras em aula, motivação, prêmios aos participativos e explicações pausadas e detalhadas e exemplos dos mais diversos problemas lógicos.

-Correto, seus métodos são muito interessante, mas ainda sim há uma dificuldade muito grande que transparece entre os alunos. Muito em relação a racionalização matemática.
-Como pode afirmar isso.

-Não estaríamos tendo este diálogo se esta dificuldade não existisse. Estamos aqui apenas para provocar uma reflexão. O aluno é um objeto muito mais complexo do que apenas notas de desempenho, talvez ele possa não ter a percepção matemática para resolver um problema complexo e transcrever proposições matemáticas com as quais dificilmente terá contato novamente, mas compreende os mecanismos lógicos para ter qualificação sociável necessária.

-E como saberei que o aluno teria essa “qualificação sociável necessária”?

-Estamos aqui para te tirar da zona de conforto não trazer respostas. E você sabe se ele atinge e excelência consolidado seus ensinamentos?

-Se atinge as metas sim.

- Estes dados estatísticos não são prova de que a semente do conhecimento foi plantada, apenas que as partes cumpriram suas metas dentro de um sistema. Caro professor... A realidade é maior do que a compreensão que vocês têm sobre sistemas e a existência sempre estarão ir além do que sua mente é capaz de alcançar!
Pense nisso!


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