Este texto retrata uma reunião entre arquétipos de personagens reais e fictícios desenvolvidos com base no conhecimento de personalidades construídas pelam impressão de terceiro e não a deles próprios.
O objetivo desta reunião é a livre expressão do pensamento sobre o conhecimento humano contemporâneo pautado pela lógica clássica e o raciocínio computacional.
A REUNIÃO
Eis que entra na ágora o convidado mais esperado, talvez a maior razão deste concílio. Seu nome é Calixto, ele que é professor de lógica e outras matérias relacionadas ao raciocínio matemático, se empalidece ao deparar com figuras que são tão icônicas em sua formação.
A direita estava Aristóteles com suas barbas encaracoladas e vestes típicas das pinturas renascentistas que retratam a Grécia antiga. Ao seu lado coçando um bigode de fino trato Descartes sorria com um olhar reticente olhando para o nada como que se estivesse entediado com as circunstâncias, mesmo a presença o impar do Doutor Manhattan com seu azulado fluorescente no centro do recinto não lhe interessava. Diferentemente Niels Bohr que parecia especialmente intrigado com essa figura austera e com a qual conversava incessantemente.
-Finalmente! Estávamos te esperando professor.
-Mas o que está acontecendo aqui?- indagou estressadamente Calixto.
-Uma circunstância inusitada. Creio que estamos aqui discutindo a importância do pensamento lógico humano na atualidade.
-Estivemos
observando o quão fundamental é para a manutenção do momento histórico em que
você vive as bases da lógica clássica. O raciocínio e a racionalização foram
capazes de fazer luz a uma perspectiva do mundo que sempre esteve latente, mas
apenas a pouco fora iluminada na mente da humanidade através da sua “ciência”.-
Assim Aristóteles iniciou os diálogos enquanto caminhava lentamente entre seus
companheiros.- Percebo que vocês concretizara a atual civilização a partir do
método de elaborar hipóteses e depois a
aplicar procedimentos que comprovassem ou não as veracidades dessas
hipótese frente ao conhecimento prévio que vocês tem do mundo.
- A
clássica retórica das premissas, com as quais baseadas no conhecimento se podem
elaborar o juízo da realidade... -Retrucou Descartes enquanto ajeitava suas
vestes.- Mas o que é a realidade?!?!
-Vejamos...
-Continuou Descartes - “A realidade é o que experimentamos dentro do espaço e
do tempo”, uma premissa sustentada pelo meu consciente que interpreta estas
dimensões. “A existência é a parte da realidade que minha mente alcançar,”
premissa que pode ir além do espaço tempo, portanto; se penso logo existo!
...não é professor!?
-Interessante
essa interpretação sua! -Interrompeu Aristóteles - Extremamente abrangente...
Mas pela lógica de seu juízo, dentro de tudo que existem pode ser distinguido o
que é real do que não é a partir do princípio que o que existe se insere no
contexto de espaço e tempo?
-
Sim, assim são as regras que você formalizou!
-Hum...
Então vamos usar como critério como verdadeiro o que é real e falso o que não
é!...Como classificamos o presente?
-Tendo
a interpretar o presente como intervalo entre o passado e o futuro, o único
lapso em que concretamente percebo a mim mesmo como parte da realidade. Mesmo
assim não consigo mensurar uma quantidade de tempo é este presente, posto que
todos os instantes que reconheço como tempo se esvaem para o passado ou
premedito como futuro. Claramente o presente não é uma referência espacial,
pois é a representação do “agora” independente de “onde”. Portanto sei que minha
existência é sou real pois vivo num período de tempo mas esse eu temporal não é
esta experiência presente que sinto no “agora” então o que eu sou?
-Tudo é relativo! Como diria um velho
companheiro meu! -Interpela Niels Bohr se aproximando dos interlocutores – Creio
que nossa experiência com a existência, seja muito limitadora, mal conhecemos a
natureza do tempo, quiçá o valor das unidades. Digamos que o presente seja de
valor 0 e desenhássemos o tempo semelhante ao seu famoso diagrama Descartes. O
tempo linear da esquerda para a direita, ou passado rumo ao futuro. O presente
obviamente é uma separação entre as partes, e toda separação tem por atributo
uma dimensão ou característica que a difere das partes, aqui representada pelas
coordenadas verticais. Perceba que o “0” mesmo sendo um valor único tem ao
menos duas informações que se contrapões. O que eu quero dizer meus amigos é
que não há um único valor, uma maneira de mensurar essa unidade atômica. O
presente pode não ser mensurável conforme nossas noções de espaço e tempo.
-Suas
especulações estão corretas Bohr. -Fala pela primeira vez o imponente doutor
Manhattan – Eu conheço o tempo com outra perspectiva. Para mim passado presente
e futuro ocorrem simultaneamente mesmos assim compreendo a natureza de se viver
num presente constante, sob o julgo das escolhas entre o “verdadeiro” o ”falso”
da sua lógica atomista. O pensamento humano é voltado para a descoberta da
verdade, vocês necessitam sempre encontrar uma resposta verdadeira para
qualquer questão. Como você mesmo pode comprovar com seus estudos quânticos a
realidade está além da constatação de uma verdade única e inescapável.
Frustrado
com todos aqueles argumentos Calixto se apresenta frente aos outros os e
interrompe.
-Um momento! Ninguém
ainda me disse por que tudo isso!
-Estamos tentando
demonstrar a você a complexidade de sobre qualquer questão. A lógica é capaz de
nos dar respostas concretas e assertivas mediante a questão simplificada onde a
resposta se estabelece por si. Podemos julgar uma questão levianamente nos
utilizando apenas dessa ferramenta matematicamente, pois podem haver variáveis
interligadas numa realidade tão complexa quanto a nossa.
Por exemplo:
-Qual a sua missão
como professor de lógica?
-Ajudar os alunos a
usar compreender a importância dessa ferramenta em sua integração social.
-Não seria ensinar
lógica?
-Sim. Mas em sua
maioria é de alunos de matérias humanas. A racionalização matemática não é o
forte deles. Eles têm mais facilidade com questões que lidam com a interação do
emocional/racional.
-Porque eles têm
tanta dificuldade em sua aula?
-Não creio que isso
seja verdade. Meus métodos pedagógicos são forçosamente voltados para a
descontração, com brincadeiras em aula, motivação, prêmios aos participativos e
explicações pausadas e detalhadas e exemplos dos mais diversos problemas
lógicos.
-Correto, seus
métodos são muito interessante, mas ainda sim há uma dificuldade muito grande
que transparece entre os alunos. Muito em relação a racionalização matemática.
-Como pode afirmar
isso.
-Não estaríamos
tendo este diálogo se esta dificuldade não existisse. Estamos aqui apenas para
provocar uma reflexão. O aluno é um objeto muito mais complexo do que apenas
notas de desempenho, talvez ele possa não ter a percepção matemática para
resolver um problema complexo e transcrever proposições matemáticas com as
quais dificilmente terá contato novamente, mas compreende os mecanismos lógicos
para ter qualificação sociável necessária.
-E como saberei que
o aluno teria essa “qualificação sociável necessária”?
-Estamos aqui para
te tirar da zona de conforto não trazer respostas. E você sabe se ele atinge e
excelência consolidado seus ensinamentos?
-Se atinge as metas
sim.
- Estes dados estatísticos
não são prova de que a semente do conhecimento foi plantada, apenas que as
partes cumpriram suas metas dentro de um sistema. Caro professor... A realidade
é maior do que a compreensão que vocês têm sobre sistemas e a existência sempre
estarão ir além do que sua mente é capaz de alcançar!
Pense nisso!
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